terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Escada Selarón - Lapa - Rio de Janeiro


Jorge Selarón, pintor autodidata, nasceu no Chile em 1947. Sempre aventureiro viajou para vários países. Durante um período, para se sustentar, foi professor de tênis. No entanto nunca abandonou a pintura, tendo participado de inúmeras exposições na Europa, México, Nova York, Índia, Panamá e outros lugares.


Um dos personagens mais conhecidos do bairro da Lapa, Selarón desde 1983 vive no Brasil. Seu grande sonho é manter e completar a decoração, com mosaicos, da escadaria, com 215 degraus e 125 metros de comprimento, que liga a Lapa ao bairro de Santa Teresa, na cidade do Rio de Janeiro — escadaria do Convento de Santa Teresa, também conhecida como Escadaria Selarón, situada no final da Rua Teotônio Regadas (rua lateral à Sala Cecília Meirelles). Observe-se que o artista mora em uma das casas do local. (Rua Manoel Carneiro).


Tudo começou como uma homenagem ao povo brasileiro de quem tanto gosta e tão bem o acolheu. Por estar a longa escadaria abandonada e suja o artista, usando cores da bandeira brasileira, — verde, amarelo e azul —, deu início à colocação dos azulejos por ocasião da Copa do Mundo de Futebol de 1994.

Foram fixados azulejos inteiros, ou em cacos, originários de muitos países: África do Sul, Alemanha, Argentina, Áustria, Canadá, Chile, Colômbia, Coréia, Bélgica, Bolívia, Chile, China, Equador, Escócia, Estados Unidos, Egito, Espanha, Filipinas, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Índia, Indonésia, Inglaterra, Iraque, Irã, Irlanda,Israel, Itália, Japão, Líbano, Marrocos, México, Nigéria, Paquistão, Paraguai, Peru, Polônia, Portugal, Rússia, Suíça, Turquia, Uruguai, Venezuela, e do Brasil, totalizando cerca de 2.000 peças. Foram presentes de turistas estrangeiros, de amigos brasileiros ou obtidos em demolições e, também, adquiridos no comércio ou criados pelo próprio artista.

O trabalho na escadaria é habitualmente renovado. O artista troca alguns azulejos de vez em quando. Uma peça nova, de seu agrado, toma o lugar de outra, já fixada, que, por sua vez, vai para outra posição.

No começo, Selarón embelezou o local fazendo um jardim suspenso. Plantou flores dentro de antigas banheiras. O artista fez tudo sozinho. Nunca se importou com os calos e a dor nas mãos. Obcecado, no auge da obra, só parava quando não tinha mais recursos para comprar os materiais. Aí voltava a pintar quadros para ganhar dinheiro. Feito isto, continuava a obra montando seu mosaico num ritmo alucinante, sem pensar em outra coisa. Dedicação total e absoluta.

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