quinta-feira, 31 de maio de 2012

Casa Cor 2012 em SP é pura moda e tecnologia

Maior evento de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas e o segundo maior do mundo - apresenta-se este ano com tema "Moda, estilo e tecnologia".
Por PAULA FACIROLI



A Casa Cor 2012 - o maior evento de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas e o segundo maior do mundo - apresenta-se este ano com o tema "Moda, estilo e tecnologia". A feira realizada no Jockey Club, em São Paulo, homenageia em seus projetos de decoração a modelo brasileira Gisele Bündchen, que serviu de inspiração e referência para as criações de profissionais como arquitetos, decoradores, paisagistas e designers participantes das 22 mostras de marcas nacionais e internacionais.
No seu 26º ano, a Casa Cor apresenta mais de 90 ambientes assinados por nomes renomados, entre eles a integrante do reality show “Mulheres Ricas” e arquiteta há 20 anos, Brunete Fraccaroli. Com um living de quase 400 metros quadrados exposto no evento, nas cores laranja, vermelho e amarelo, Brunete disse que a criação deste projeto foi inspirada na apresentadora do "Pânico na TV", da Band, Sabrina Sato. "Como nesta edição o evento é ligado à moda e acho Sabrina chiquérrima, alegre, encontrei com ela, a conheci melhor e ela falou que adorava cores, então fiz essa homenagem. A amo!", disse a arquiteta.
Confira a programação do Casa Cor 2012
  • Período: 29 de Maio a 22 de Julho / SPECIAL SALE: 19 a 22 de Julho
  • Local: Jockey Club de São Paulo (Av. Lineu de Paula Machado, 1.173, Cidade Jardim)
  • Horário: Terça a Sábado: das 12h00 às 21h30 / Domingos e feriados: das 12h00 às 20h00 
  • Preço: Terça a Sexta: R$ 39,00. Sábado, Domingo e feriados: R$ 45,00 / Passaporte: R$ 75,00 (válido para todos os dias da mostra) 
  • Mais Informações: (11) 3819-7955

terça-feira, 22 de maio de 2012

Call Parade 2012 - São Paulo - Brasil


ENTRE 20/05/2012 E 24/06/2012
"A exposição Call Parade 2012 acontece entre os dias 20 de maio e 24 de junho em vários pontos da cidade de São Paulo. Com o mesmo princípio da conhecida Cow Parade (aquele evento das vaquinhas coloridas), a mostra exibe vários orelhões que foram pintados por cem artistas diferentes, sendo 10 convidados e 90 selecionados em concurso, sob o tema "Ligue sua arte a São Paulo".
Além da Avenida Paulista, os orelhões customizados podem ser encontrados na Vila Madalena, Pinheiros, Liberdade, Sé, Avenida Brigadeiro Faria Lima, República do Líbano e na comunidade Paraisópolis." (http://www.guiadasemana.com.br)









sábado, 19 de maio de 2012

MOSTRA BLACK 2012: CONHEÇA OS AMBIENTES

Uma casa modernista da década de 1960 reúne até o fim de junho, em São Paulo, mais de 20 profissionais prestigiados da arquitetura e do design de interiores para a segunda edição da Hyundai Mostra Black. A curadoria de Sergio Zobaran traz o time consagrado do primeiro ano – Alex Hanazaki, Ana Maria Vieira Santos, Dado Castello Branco, David Bastos, Fernanda Marques, João Armentano, Jorge Elias, Luiz Carlos Orsini, Murilo Lomas, Renata Seripieri, Roberto Migotto e Sig Bergamin – e inclui estreantes como o carioca André Piva, a dupla Beto Galvez e Nórea de Vitto, a decoradora Christina Hamoui, Debora Aguiar, Gilberto Elkis, Guilherme Torres, Marina Linhares, o designer Rodrigo Almeida, o paisagista Rodrigo Oliveira e a Triplex Arquitetura. Idealizado pela arquiteta Raquel Silveira, o evento apresenta uma vitrine das tendências da arquitetura, da decoração de interiores, do design de mobiliário e do paisagismo na residência de 5.100m². A Mostra Black abre suas portas para o público dia 22 de maio, confira abaixo como são os principais espaços da exposição. (http://casavogue.globo.com/interiores/mostra-black-2012-conheca-os-ambientes/)

Gazebo, de Marina Linhares
O espaço privilegia a área verde com uma cobertura translúcida de vidro. A arquiteta revestiu o sofá com tecido da Entreposto, e o teto “invisível” com ripas de madeira para criar, com a ajuda dos raios solares, um efeito de luz e sombra o dia todo.


Restaurante, de Renata Serepieri
A grande estrutura de madeira laminada se integra ao paisagismo do pátio interno, ressaltando os materiais naturais, como o barro na parede do bar e a madeira sólida das banquetas da Tora Brasil. As cadeiras tramadas de Harry Bertoia e as plantas, da florista Toioco Kamogawa, trazem leveza ao restaurante que será operado pela equipe do Terraço Itália durante o evento.




Living de praia, de David Bastos
A aposta na descontração e na base branca criou um living confortável. Para dar um ar litorâneo ao ambiente, os móveis italianos foram encapados com linho branco e as réplicas de barcos e os corais ficam em bases de acrílicos como peças decorativas. Como ponto de cor, o arquiteto baiano pinça o azul, que aparece no tapete, da By Kamy; o vermelho, da Ornare; e o inox da gaveta refrigerada e do frigobar, ambos da Viking.


Sala de jogos, de Dado Castello Branco
O cômodo de 42m² à beira da piscina possui uma atmosfera alegre e descontraída para abrigar tanto um espaço de leitura quanto um salão de jogos. A base bege e cinza do mobiliário destaca as obras de arte, da galeria Arte Edições, e as mesas de jogos, desenhadas pelo próprio arquiteto para a Ethel.


Lounge África pop rock, de Roberto Migotto
O desenho solto e despojado do lounge flerta com a mesma intensidade com o rock, que está nas tachas nas poltronas Érea; com o étnico, das estampas tribais e da mesa com pé de chifre, da Ivy; e com o clássico, das cadeiras e poltronas italianas, da Cassina. Por fim, a caixa de nogueira brilhante valoriza a estrutura modernista da casa e, também, os tons de marrom, bege, havana e cru do ambiente.


Loft gourmet, de André Piva
Com um luxo sutil e ar contemporâneo, o arquiteto se preocupou em fazer um ambiente amplo e integrado pelo piso, que recebeu uma resina espanhola, para reunir a família. O living é o foco do espaço e fica aberto para a sala de jogos e a sala de jantar, colada na adega climatizada. “É um loft brasileiro, com todos os espaços juntos. Tem verde, tem lazer, tem descanso”, explica André Piva.



Espaço Casa Vogue
O verso Uma Coisa são Duas, de Carlos Drummond de Andrade, inspirou Eder Chiodetto a fazer a curadoria do ambiente, que reúne trabalhos inéditos de 14 fotógrafos. Com projeto da AR Arquitetos, o espaço celebra, portanto, o poder da imagem. A obra acima é de Helô Mello e faz parte dessa lista. Com montagem da Fresh Design, e apoio da Valchromat, da Galeria Central Ímpar e da Trust Iluminação, o ambiente também abrigará debates sobre o universo imagético.


Jardim Hana Zaki, de Alex Hanazaki
O paisagista fez uma leitura poética do interior paulista, com os traçados geométricos das plantações e das formas soltas dos vales, para criar o jardim de entrada da casa modernista, onde se destacam as centenárias cerejeiras Okinawa sobre o espelho d’água. O deque de madeira reciclada, as luminárias de chão LED (de baixo consumo) e as plantas e as pedras com certificado verde mostram a preocupação do paisagista com a questão ecológica e sustentável no ambiente.


Gabinete, de Rodrigo AlmeidaAs cores da obra Noite Indormida, obra de Roberto Burle Marx, pulam da tela direto para o escritório, que faz uma sublime reverência ao arquiteto-paisagista. A homenagem também pode ser vista nos painéis que colorem a parede de palha, de Celina Dias, e na mesa de couro verde, que foi desenhada pelo próprio designer respeitando as linhas modernas e fluidas do carioca.


Sala da colecionadora, de Beto Galvez e Nórea De Vitto
A iluminação das arandelas na parede de madeira, da Vermeil, remete ao efeito usado nas exposições, a paixão da personagem que inspirou o espaço. A fotografia de Frank Thiel, da galeria Leme, e as formas da poltrona dão leveza na sala feita para uma colecionadora de arte.


Hyundai Mostra Black
Endereço: Rua Professor Fonseca Rodrigues, 664, Alto de Pinheiros, São Paulo
Data: de 22 de maio a 24 de junho
Horário: terças a sábados e feriados, das 11h30 às 21h30; domingo, das 11h às 19h30
Entrada: R$ 100



sexta-feira, 18 de maio de 2012

Você conhece Bjarke Ingels?





Com apenas 36 anos o dinamarquês de Copenhague,BjarkeIngels já é uma figura em evidência no cenário da arquitetura internacional. BjarkeIngels estudou arquitetura na Royal Academy em Copenhague e na Escola Superior de Arquitetura de Barcelona. Trabalhou com o arquiteto espanhol Enric Mirallese no OMA, escritório de arquitetura holandês Rem Koolhaas, onde participou na criação da Biblioteca Pública de Seattle. Em 2001, saiu de lá para fundar, em Copenhague, o escritório PLOT Architects, juntamente com o ex-colega Julien de Smedt. Juntos são autores de projetos como o conjunto residencial multifamiliar VM Houses, em Copenhague, e o ConcertHouse, na Noruega, pelo qual receberam o Leão de Ouro da Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza. Recentemente Bjarke foi classificado como uma das 100 pessoas mais criativas no mundo dos negócios pela revista New York. Em 2006, a dupla se separou e Bjarke fundou o BIG.
Paralelamente à sua prática arquitetônica, Bjarke desenvolve a atividade de professor (Universidade Rice, Universidade de Columbia). Atualmente é professor visitante na Universidade de Harvard, onde ele está ensinando em conjunto com a Business School e a Graduate School of Design.Foi ganhador do “Prêmio Europeu de Arquitetura em 2010”. (http://www.xxivcpa.com.br)











O arquiteto dinarmaquês Bjarke Ingels, que hoje está à frente do estúdio BIG, é um dos maiores representantes da nova geração de arquitetos da Europa. Ingels  recebeu em 2010 o European Prize for Architecture. Além disso, criou o livro Yes is More, onde a idéia principal é trazer a público os bastidores da arquitetura de uma forma bastante original: quadrinhos. Como uma idéia se transforma em formas e se desenvolve até um resultado final.


Para saber mais acesse http://www.big.dk/




segunda-feira, 14 de maio de 2012

Casa Cor Santa Catarina 2012


Inicia neste dia 15 de maio de 2012 a Casa Cor Santa Catarina!!!



Período15 de Maio a 24 de Junho
Special Sale: 21 a 24 de junho


HorárioTerça a Quinta: 15:00hs às 21:30hs
Sextas: 15:00hs às 22:30hsSábados, Domingos e Feriados: 12:30hs às 22:30hs

LocalMirante do Morro da Lagoa
SC-404, nº 5001 - Florianópolis - SC
Mapa do local

IngressosInteira: R$ 24,00 + R$ 1,00
Meia: R$ 12,00 + R$ 1,00Passaporte: R$ 50,00Obs.: R$ 1,00 de doação para a Serte

Informações sobre o Eventohttp://facebook.com/casacorschttp://twitter.com/casacorsccontato@casacorsc.com.br(48) 3238-1095
Conheça mais sobre a mostra deste ano acessando http://www.casacorsc.com.br/pg/ambientes-e-profissionais.html

domingo, 13 de maio de 2012

Feliz dia das mães


Mãe

Mãe...São três letras apenas
As desse nome bendito;
Também o céu tem três letras
E nelas cabe o infinito.

Para louvar nossa mãe,
Todo o bem que se disser
Nunca há de ser tão grande
Como o bem que ela nos quer.

Palavra tão pequenina,
Bem sabem os lábios meus
Que és do tamenho do céu
E apenas menor que Deus!

Mário Quintana

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Quadror - um conceito e muitas aplicações




Quadror é uma estrutura espacial treliçada que se desdobra e pode se adaptar a várias condições e configurações conforme a necessidade. http://www.quadror.com/



Desde 2002, Dror Benshetrit vem desenvolvendo projetos de design inovador.Ele explora a natureza do movimento, do espaço e das formas e nos mostra o poder transformador do design através de cada uma de suas criações. Dror tem interesse na complexidade dos significados e usos múltiplos que se cruzam em um único objeto. Enraizada em uma abordagem rigorosa e metodologia do movimento, cada projeto é impulsionado pelo desejo de libertar a natureza mutável e não estática dos objetos. 







Em 2006, durante um workshop, Dror descobriu uma geometria inusitada. Inicialmente inspirado pela estética e flexibilidade de sua forma versátil, logo percebeu a integridade estrutural dos membros entrelaçados. Uma estrutura treliçada espacial única, que ele denominou Quadror, é formada pela justaposição de quatro peças idênticas em L, bastante delgadas, formando um painel sólido. O sistema dobrável permite uma rápida montagem e desmontagem.

“Nosso objetivo é inspirar mudança. Trabalhando com especialistas de várias áreas, todos com grande capacidade criativa e inovadora, nós desejamos implantar esta geometria no urbanismo, arquitetura, trabalho filantrópico e na arte. Quando percebemos que este sistema poderia trazer uma solução potencialmente inovadora para a questão global de moradia, nós ansiamos por finalizar nossas experiências a fim de compartilhar esta descoberta com o mundo”, afirma Dror.

Após anos de testes incansáveis, o grupo de pesquisa chegou à conclusão que esta estrutura geométrica pode ser aplicada em infinitas possibilidades de utilização.








 




Características:

Cada painel tem a estabilidade de um cubo, utilizando apenas 1/5 de seu volume. Sua forma tem propriedades termoacústicas inerentes. Pode ser produzido em grande escala utilizando-se diversos materiais e a forma como se desdobra permite reduzir em 50% o espaço de armazenamento e transporte, além de ser uma estrutura muito fácil montar e desmontar.

















Matéria publicada na Revista Mercato Immobiliare número 01 - http://www.revistamercato.com.br/edicao/1

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Frase do dia

"Arquitetura se faz com 5% de inspiração e 95% transpiração!" 
RINO LEVI







Que cidade/sociedade estamos construindo? - Roberto Ghione


A cidade é a criação mais apaixonante, complexa e contraditória do homem vivendo em sociedade. Ela é um espelho fiel dos valores, ambições, misérias e grandezas dos seus habitantes. A estrutura histórica da cidade permite entender as ideologias dos seus moradores nos diferentes tempos da sua história e a construção da cidade contemporânea será a testemunha pela qual seremos julgados pelas gerações vindouras. Os valores e fetiches de uma sociedade são construídos e representados nos seus edifícios e espaços públicos.

            Cidade e sociedade formam uma unidade indissolúvel. A primeira é material e a segunda existencial. Edifícios e espaços públicos/privados constituem a primeira; sistemas de relações e intercâmbio de energia vital dão sentido à segunda. Os valores de uma sociedade refletem-se na imagem da cidade que a contém, ao mesmo tempo em que a estrutura urbana condiciona o comportamento social.

Fragmentada e excludente

            A cidade contemporânea, no nosso contexto de país emergente, manifesta as virtudes e os vícios da sua sociedade. Duas características marcam nossas grandes cidades: elas são fragmentadas e excludentes. São fragmentadas no sentido de refletir a própria fragmentação da nossa sociedade em diferentes tipos sociais que se agrupam pelo poder econômico, modos de usar os espaços, adição a determinados gostos e expressões sociais etc. Uma consequência evidente dessa fragmentação são os edifícios e condomínios residenciais autossuficientes e antissociais, plenos de "itens de lazer" promovidos pelo mercado imobiliário, que aglutinam membros de interesses semelhantes. Em nome da segurança, se fecham ao espaço público e resolvem suas necessidades de integração social intramuros. O ponto de contato entre o condomínio e a cidade é o portão, convenientemente vigiado, de entrada e saída de carros, muitos deles de vidros escuros que tornam invisíveis seus moradores aos cidadãos da rua.

            A arquitetura desses edifícios e condomínios é o agente de transformação da cidade contemporânea. Muros, cercas, guaritas e portões são os elementos de contato entre a rua e o domínio privado. Sem pontos de encontros sociais, o espaço público torna-se desabitado e perigoso. Em nome da segurança cria-se mais insegurança. Os conceitos de urbanidade e civilidade são questionados pela antissociabilidade destes projetos. A desumanização do espaço público e o predomínio de automóveis que expulsam as pessoas são as marcas de um urbanismo tecnocrático e interesseiro, que transforma as cidades em âmbitos de discórdia e violência e acaba de inaugurar o mais recente problema: a imobilidade urbana.

            Jan Gehl (1) em Cities for people, considera que edifícios em altura são contraditórios com a vivência do espaço urbano. Segundo ele, até o quinto andar é possível ter contato com a rua e com a vivência urbana. Esse conceito é contrário ao urbanismo comercial e especulativo da maioria das cidades brasileiras. O individualismo e o hedonismo da nossa sociedade levam a uma valorização inversa: o m² de maior valor é o que mais se afasta da rua e os apartamentos de cobertura estão entre os mais apetecíveis objetos de consumo da nossa sociedade.

            A fragmentação, o individualismo e a antissociabilidade desta arquitetura que desfigura a cidade contemporânea tem outra consequência nefasta: ela só é possível com a utilização do automóvel. O espaço público perde sua conotação existencial como lugar de encontro e de relacionamento social, e passa a ser local de passagem em automóvel de uma unidade autossuficiente para outra (do condomínio residencial ao empresarial, deste ao shopping, á academia, etc.). A estrutura urbana reproduz o modelo de zonificação, tão questionado no urbanismo moderno, encaixado numa quadrícula urbana. Os elementos da paisagem urbana (calçadas, mobiliário, arborização etc.) sofrem uma permanente degradação por não existir o natural controle que fornece o uso e apropriação pelos habitantes da cidade.

            A paisagem urbana torna-se caótica e imprevista. Os critérios que a definem são abstratos: indicadores de edificação, taxas de ocupação, afastamentos e gabaritos são instrumentos necessários, porém não suficientes para configurar a cidade. Utilizam-se elementos abstratos para definir uma realidade concreta. O resultado é a "cidade de objetos" que caracteriza as urbanizações do último meio século, diferente da "cidade de espaços", que define as estruturações urbanas até a primeira metade do século passado. Os conceitos de design urbano, espacialidade, sociabilidade, integração, inclusão, permeabilidade, qualidade urbana e tantos outros que definem objetivos e premissas das operações de urbanização contemporâneas pelo mundo afora, parecem passarem inadvertidas no Brasil, impactando na sociedade local, que determina seus comportamentos sociais em função do medo e da insegurança. O urbanismo tecnocrático e com visões fragmentadas, questionado durante os últimos 40 anos, continua implementando-se no Brasil e o resultado são cidades sem alma e sociedades mergulhadas no hedonismo, na individualidade e na violência, marcas profundas do mundo subdesenvolvido.

            As leis que regulam o desenvolvimento urbano atendem preferentemente a interesses setoriais e individuais e postergam o benefício público. Neste contexto, grupos empresariais utilizam a cidade como mercancia para resolver suas ânsias de lucro, enquanto arquitetos ficam reféns deles projetando arquitetura imobiliária e equipamentos que pouco contribuem com a integração social e a promoção de uso dos espaços da cidade. Tudo isso devidamente enquadrado em leis que pouco priorizam o interesse da comunidade e determinam o predomínio de um modelo convenientemente midiatizado, que privilegia determinados setores e conduzem o restante da sociedade ao caos e à desintegração.

            A mistura de usos não está contemplada nas leis de uso e ocupação do solo, nem parece ser conveniente aos interesses de empresários do mercado imobiliário. O edifício residencial de uso exclusivo provoca a degradação e a morte do espaço urbano. Jane Jacobs alertava, já nos anos '50, acerca dessa prática urbanística (2). Ela fomentava a "promiscuidade urbana", a convivência de todos os usos que permitem vivenciar os espaços públicos e integrar seus habitantes. Seu célebre livro "Morte e vida das grandes cidades americanas" foi editado em 1961, mas dá a sensação que suas lições e outras de inúmeros autores ao longo dos últimos 50 anos ainda não foram aprendidas ou não interessam às pessoas que tomam conta do urbanismo das nossas cidades.

            A exclusão social é motivo e consequência da fragmentação. Quem não tem condição de pertencer a determinado grupo é excluído. A persistente injustiça social torna-se mais evidente em contextos urbanos excludentes. O simples fato de pertencer a um grupo determinado, nos faz cúmplices das desigualdades e da dor de nossos semelhantes. Os cidadãos mais vulneráveis sentem-se ignorados e humilhados, alimentando a espiral de segregação social e de violência.

            A recreação e o lazer encontra no shopping center o local mais representativo do modelo de cidade que estamos gestando. O grupo que o usufrui goza de todos os privilégios da sua condição: encontro social, segurança, status, consumo. Assim como o teatro exibia a sociedade do Século XIX, o shopping exibe a sociedade contemporânea. As outras tribos, as que não podem, vão para o centro da cidade, num ambiente degradado e desvalorizado.

            Dos inúmeros problemas da cidade contemporânea, dois são extremamente preocupantes, ao ponto de afetar cotidianamente a todos seus habitantes: segurança e mobilidade. Nas origens de ambos, o tipo "edifício residencial de uso exclusivo" possui grande parte da responsabilidade por fomentar precisamente a antissociabilidade, a antiurbanidade e a anticivilidade e pertencer a um modelo de cidade que precisa do automóvel para resolver todos os requerimentos urbanos dos seus moradores.

Periferias

            As periferias das nossas cidades experimentam processos contraditórios. Como extensão da cidade fragmentada e excludente elas abrigam condomínios fechados, verdadeiras cidades dentro da cidade, com rigorosos controles de acesso e leis próprias, onde os moradores constroem o sonho de morar em contato com a natureza domesticada em recuos e quintais de casas e em áreas verdes de domínio dos condôminos. Nestas urbanizações o transporte público não é considerado e o automóvel é o meio de contato com a cidade e complicador da mobilidade urbana.

            A outra versão da periferia é a mais triste e conhecida: a ocupação informal de áreas carentes de serviços urbanos adequados, confinando grandes setores da população a uma moradia sem as qualidades urbanas necessárias para fomentar o desenvolvimento de uma sociedade sadia e civilizada. A resposta oficial a esse problema vem dos planos de moradia popular que pouco oferecem ao desenvolvimento social desses grupos. Unidades repetitivas, planejamento burocrático e soluções padronizadas só contribuem com a alienação e a marginalidade, transformando novos bairros em caldo de cultivo de delinquência e violência que afeta à toda sociedade. Sem idéias de cidade e sem aprofundamento nas condições sociais e culturais da habitação popular, perdem-se inúmeras oportunidades de desenvolver uma cidade integrada social e urbanisticamente, intensificando, por outro lado, a fragmentação e a exclusão.

            Urbanidade e civilidade são objetivos supremos da atuação na cidade: o estímulo do convívio entre diferentes grupos sociais; a integração e respeito pelas diferenças sociais, políticas e culturais; o predomínio dos valores da ética e da democracia nas grandes decisões que afetam à cidade como bem coletivo são instrumentos essenciais para obter edifícios e espaços urbanos qualificados e que dignifiquem o habitar na cidade. Sem esses princípios, a sociedade caminha para a fragmentação e exclusão, e a cidade para a morte dos seus espaços urbanos.

            As diferenças e as desigualdades são próprias da natureza humana e, como tais, são retratadas pelas cidades. Pensar outra coisa é utopia. Mas não custa sonhar e imaginar um mundo melhor, sabendo que sonho e imaginação são os primeiros passos para mudar uma realidade.

Notas
(1) GEHL, Jan, Cities for people, Editora Island Press, 2010
(2) JACOBS, Jane, Morte e vida de grandes cidades, Ed. Martins Fontes, 2009