terça-feira, 31 de maio de 2016

Lã de rocha é solução para conforto acústico de edificações

Material também atua como isolante térmico, requer baixo investimento e dispensa manutenção periódica


O responsável pela aplicação deve usar luvas, óculos e máscara descartável (Nagy-Bagoly Arpad/shutterstock.com)

lã de rocha é uma opção interessante para ambientes que necessitam de isolamento acústico. Destacando-se por seu desempenho, leveza e baixo custo, o produto pode estar presente em diferentes tipos de obras. “A solução atua como material complementar ao preencher a cavidade de paredes duplas de alvenaria ou de drywall, fornecendo ganhos de isolamento acústico que variam entre 4 e 10 dB”, destaca o engenheiro Juan Frias, sócio-diretor da consultoria Bracústica.
A solução atua como material complementar ao preencher a cavidade de paredes duplas de alvenaria ou de drywall, fornecendo ganhos de isolamento acústico que variam entre 4 e 10 dB
Juan Frias
Além das paredes, a lã de rocha pode ser especificada em contrapisos flutuantes para atenuar os sons de impactos ou com o objetivo de executar o tratamento acústico e antivibratório de tubulações hidráulicas. A solução é encontrada também em tratamentos absorventes (forros minerais ou painéis absorventes) empregados no controle da reverberação e melhora da inteligibilidade em ambientes como salas de aula, auditórios e restaurantes.
Mesmo sendo alternativa versátil, existem casos em que a lã de rocha não é indicada, principalmente quando aplicada de maneira exposta, pois pode gerar pó que se espalha no ambiente e causa coceira e irritação nos ocupantes. “Quando usado externamente, o produto deve sempre contar com algum tipo de revestimento, como tintas vinílicas nos forros modulares ou ensacado com polietileno, poliéster, véu de vidro ou elementos têxteis mais sofisticados para revestimentos absorventes de paredes”, adverte o engenheiro. Esse cuidado é dispensável quando a lã está confinada em cavidades não acessíveis.

ESPECIFICAÇÃO

A lã de rocha é especificada no projeto acústico. Entre as singularidades que merecem atenção do projetista estão a espessura e a densidade do produto quando se trata de isolamento acústico, assim como seu coeficiente de absorção sonora. “Os fabricantes oferecem o material em variadas espessuras, porém as de 50, 70 e 90 mm são as mais usadas nas edificações, por coincidir com o padrão de perfilaria de drywall, sistema muito ligado às lãs minerais”, diz Frias.
O tipo de ambiente interfere no uso da solução, pois uma das características da lã é sua capacidade de reter água, por isso é desaconselhável seu aproveitamento em áreas molhadas. “O contato com a água não danifica o material, porém, suas propriedades de isolação acústica enfraquecem, mesmo após secar”, explica.
O contato com a água não danifica o material, porém, suas propriedades de isolação acústica enfraquecem, mesmo após secar
Juan Frias

INSTALAÇÃO

O responsável pela aplicação da lã de rocha deve sempre usar luvas, óculos e máscara descartável, principalmente se estiver realizando a instalação em ambientes pouco ventilados ou se estiver realizando trabalhos de corte dos painéis.
O material precisa ser acomodado de maneira que preencha totalmente as cavidades, sem apresentar descontinuidades. “Usando densidades muito baixas, ele pode não apresentar a resistência mecânica adequada para sustentar-se verticalmente. Assim, acaba concentrando-se na parte inferior da cavidade e deixando vazia a superior”, alerta o engenheiro.

QUALIDADE

A CEE-155 – Materiais Isolantes Térmicos e Acústicos – é a responsável pela elaboração das normas dos produtos de isolamento acústico. Atualmente, estão em vigor:
  • ABNT NBR 11364 - Painéis termoisolantes à base de lã de rocha - Especificação
  • ABNT NBR 11722 - Feltros termoisolantes à base de lã de rocha
  • ABNT NBR 13047 - Mantas termoisolantes à base de lã de rocha
  • ABNT NBR 11363 - Tubos termoisolantes à base de lã de rocha
  • ABNT NBR 11626 - Isolantes térmicos de lã de rocha - Flocos

VANTAGENS

Segundo Frias, além da questão acústica, o material apresenta características de um excelente isolante térmico. Para complementar, ele não exige nenhum tipo de manutenção periódica para manter suas características.
Solução que exige baixo investimento, o produto é comprado geralmente por metro quadrado e seu preço depende de diferentes fatores, como densidade, espessura e material de revestimento. “O valor do material mais básico está entre R$ 20 e R$ 25/m2”, fala o engenheiro.
LÃ DE ROCHA X LÃ DE VIDRO
A principal diferença entre a lã de rocha e a de vidro é a matéria-prima empregada na fabricação de ambas. A lã de vidro é feita a partir da fusão de materiais como areia e vidro reciclado, enquanto a de rocha, por fusão de rochas basálticas. “O processo de fusão, fibrado, e de adição de resinas é semelhante nas duas, entretanto, é importante salientar que a temperatura de fusão da lã de vidro é um pouco mais baixa do que a de rocha, sendo que a última é mais utilizada em aplicações de proteção passiva contra incêndios (portas corta-fogo e revestimento de estruturas metálicas) por resistir a temperaturas mais altas”, finaliza Frias.

Umidade na parede: saiba como evitar e resolver

Há medidas preventivas para todas as causas dessa patologia, e as correções devem ser analisadas por profissionais com experiência

Texto: Gabriel Bonafé - para AECweb 

A umidade se torna visível com o aparecimento de manchas de mofo (urbans/Shutterstock.com)

Umidade na parede é uma grande vilã das edificações, pois degrada revestimentos e diminui a vida útil de elementos da obra. Na maioria das vezes, o problema se torna visível com o aparecimento de manchas de mofo.
“A umidade excessiva facilita a proliferação de micro-organismos como fungos e bactérias, prejudicando a salubridade dos ambientes. Isso é particularmente dramático para indivíduos que possuem alergias ou problemas respiratórios” alerta Luiz Sérgio Franco, doutor em engenharia e pesquisador da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).
umidade na parede decorre de diferentes causas, mas há medidas preventivas para cada uma delas. Conheça-as.
A umidade excessiva facilita a proliferação de micro-organismos como fungos e bactérias, prejudicando a salubridade dos ambientes
Luiz Sérgio Franco

COMO EVITAR?

1- Umidade por intemperismo: ocorre quando a água da chuva penetra pela fachada ou pela cobertura. “Na fachada, raramente ocorre por causa da permeabilidade dos materiais usados, mas sim pela ocorrência de fissuras”, aponta Franco. Nos telhados, pode ser calha entupida ou instalação malfeita.
Para evitar o problema, a execução da fachada deve utilizar blocos de baixo potencial de movimentação interna, evitando o surgimento de fissuras. Além disso, projetar beirais, ressaltos, molduras e outros detalhes arquitetônicos impede a formação da lâmina de água contínua na fachada.
Na cobertura, telhados e calhas devem proteger a fachada contra a chuva. No caso de edifícios, é recomendado providenciar uma impermeabilização eficiente.
2- Umidade por condensação: fenômeno ligado à geração de vapor nos ambientes internos, principalmente em cozinhas e banheiros. Acontece quando a condição de umidade e temperatura atmosférica permite que a água se condense sobre a superfície de paredes. “Está associado a uma ventilação inadequada desses ambientes, seja por deficiência na dimensão e aberturas de esquadrias ou pelo uso inadequado desses componentes”, completa o engenheiro.
O dimensionamento das esquadrias adequado ao ambiente basta para resolver essa questão. “Em regiões muito úmidas, por exemplo, é interessante que algumas esquadrias permitam ventilação permanente para retirar o excesso de vapor gerado nesses lugares”, constata Franco.
3- Umidade por capilaridade: problema gerado quando a parede está inadequadamente ligada com as vigas de fundação (baldrame), estabelecendo contato com o solo. Se essas paredes tiverem uma parte enterrada, em contato com o solo úmido, está criado o caminho para a entrada da umidade pela força capilar exercida pelos poros que naturalmente existem nos componentes que constituem a alvenaria”, explica Franco.
O problema pode ser evitado isolando e afastando a parede do solo úmido durante a sua execução. Isso pode ser feito com a colocação de drenos, como brita ou geotêxtil. “Se não for possível ter acesso à manutenção do sistema de impermeabilização, sua vida útil deve corresponder à da edificação”, adverte o engenheiro.
4- Umidade por infiltração: acontece quando a umidade atinge diretamente a parede, sendo muito comum em ambientes enterrados — subsolos em geral — projetados sem prevenção ao lençol freático do lado de fora.
A única maneira de fugir da infiltração é por meio de corretas especificação e execução do sistema de impermeabilização, que varia de acordo com a situação. Para saber mais, leia: Impermeabilização de paredes enterradas garante vida longa às edificações.

COMO RESOLVER?

Para sanar problemas de umidade em paredes já executadas, recomenda-se o auxílio de um profissional com experiência no assunto. “Deve ser feita uma análise minuciosa do problema para identificar a causa”, justifica Franco.
Por possuírem maior teor de acrílicos, elas [as tintas impermeabilizantes] conferem propriedades bloqueantes à percolação de água
César Serafim
O engenheiro também diz que o custo de correção, normalmente, é superior ao que seria gasto na prevenção. “No caso de umidade por intemperismo, por exemplo, a saída vai ser a de utilizar sistemas de pintura que formem uma película impermeável de grande flexibilidade e durabilidade sobre a superfície externa das paredes”, orienta.
As tintas impermeabilizantes são comercializadas, em geral, na mesma faixa de preço das tintas premium do mercado. “Por possuírem maior teor de acrílicos, elas conferem propriedades bloqueantes à percolação de água”, explica César Serafim, engenheiro do departamento técnico da Viapol.
Já para umidade por capilaridade ou por infiltração, é necessário eliminar o contato entre a parede e o solo úmido para garantir que o problema não reapareça com o tempo. Segundo Demetrius da Rocha Ramos, engenheiro civil e assessor técnico da Weber Saint-Gobain, existem argamassas impermeabilizantes no mercado que podem resolver, mais especificamente, a umidade por capilaridade.
“É necessário remover todo o revestimento da parede e aplicar o produto direto sobre a alvenaria. A aplicação pode ser tanto pelo lado interno quanto externo do ambiente”, explica Ramos. O valor do produto é cerca de quatro vezes superior ao da argamassa convencional.


segunda-feira, 2 de maio de 2016

ARQUITETO X ENGENHEIRO CIVIL - A DIFERENÇA




Este post é para todos aqueles que se perguntam qual a diferença entre Arquiteto e Engenheiro, especialmente para quem vai construir e não consegue decidir quais profissionais contratar para executar cada serviço.

Segundo Emanuel Souto, do Papo de Arquiteto, “O ARQUITETO DESENVOLVE O QUE SERÁ FEITO. O ENGENHEIRO RESOLVE COMO SERÁ FEITO. ”  Ou seja: Arquitetos são treinados para CRIAR, CONCEBER, MANIPULAR A FORMA E O ESPAÇO. Engenheiros são treinados para resolver como construir aquilo que se está no projeto. Quanto aos Arquitetos, não se trata de beleza como pensa o senso comum, filho. Pelo menos não somente de beleza, conclui ele.


Vejamos: quando o sujeito analisa posição geográfica, incidência de raios solares, direção e circulação dos ventos dentro e fora do prédio, condições do solo, e até a viabilidade no entorno, é possível assegurar que não é só com beleza que ele está preocupado. 

“O Arquiteto precisa pensar nisso tudo para fazer uma casa? ”



Na verdade, isso é a base do nível básico. Arquitetos tem habilitação para projetar e calcular a estrutura, realizar projetos complementares, como hidrossanitários, projeto de incêndio, a depender do tipo de projeto. Porém, os engenheiros são mais qualificados para realizar estes projetos.

Aí vem a pergunta: Ah, mas se o engenheiro também pode assinar uma planta… para que eu preciso de um Arquiteto se eu posso escolher uma planta do meu gosto na internet e contratar o engenheiro para construir?

E essa é apenas a ponta do iceberg que é o problema de ser fazer um projeto sem contratar um Arquiteto. A Arquitetura é um marco físico na sociedade. Veja a diferença entre as plantas baixas a seguir:



As duas tem a mesma função, mas a ocupação do lote, a qualidade dos ambientes internos, a disposição das aberturas e cômodos em relação à orientação solar são o diferencial entre elas. Imagine agora como ficaria a fachada de cada uma...


Acredito que arquitetos e engenheiros precisam trabalhar em conjunto, cada um desenvolvendo sua atividade para complementar e viabilizar o trabalho do outro.